Tuesday, December 16, 2008

Nossa primeira festa indiana...

Olá pessoal, hoje vou contar para vocês a nossa experiência em participar pela primeira vez de uma festa tipicamente indiana, com direito a Saree e tudo mais.

Como não poderia ser diferente, acabamos conhecendo os brasileiros que moram aqui em Pune. É a maior galera, somos em 11 casais e mais alguns solteiros perdidos por aqui. Pois é, nós também ficamos surpresos com tanta gente!

Como muita gente ia viajar para o Brasil para as festas de final de ano, esta galera resolveu fazer uma festa tipicamente indiana para uma confraternização com todos. Esta festa foi no terraço do apartamento de um dos casais (Laura e Rogério) e é claro que o famoso “amigo secreto” não poderia faltar.

A festa aconteceu dia 06/dez, mas os preparativos iniciaram muito antes disso. Primeiro nos reunimos (a mulherada) para fazer o sorteio do “amigo secreto". Depois saímos para comprar os Sarees. Não preciso dizer que deixamos os logistas quase loucos! Foi bem divertido, dá só uma olhada...


Já com os Sarees em mãos, fomos nos alfaiates para a confecção da blusa e do Peticoat (é um tipo de nagua que sustenta o Saree). Três dia depois lá fomos nós buscar os nossos Sarees no alfaiate e na sequência saímos para comprar os adornos (pulseiras, colar, brinco, anéis, binji,..., ufa!).

No sábado anterior a festa foi a vez dos maridos, saímos com eles para comprar as camisas indianas que iriam compor o cenário dos trajes típicos. 

Na sexta-feira, dia 05/dez, nos reunimos novamente para iniciarmos a decoração do terraço e também para fazer as pinturas de Henna nos braços e pés, mais uma tradição indiana, para elas todos os adornos, bordados e brilhos não são suficientes, tem que ter mais a Henna. A maioria das indianas sabem fazer os desenhos. Quem fez a pintura para nós foi a empregada da Laura, a anfitriã da festa. O interessante é que cada desenho é diferente um do outro, das 9 mulheres que foram pintadas, a indiana não repetiu nenhum dos desenhos. Fiquei realmente impressionada com a habilidade daquela indiana! Aqui está uma pequena amostra do trabalho feito...


Para a decoração nós compramos luzes, velas, algumas emprestaram mesas, outras toalhas e tapetes, juntamos almofadas e mantas e para finalizar, contratamos uma floricultura para fazer alguns arranjos de flores. Novamente a empregada da Laura deu o seu toque artístico fazendo os desenhos com areia colorida no chão (mais uma tradição indiana). Após tanta coisa o resultado só poderia ficar maravilhoso, dêem só uma olhada...



Finalmente chegou o dia da festa. O problema então foi se enrolar no Saree. Gente, vocês nem imaginam como é difícil! Fui na internet procurar ajuda e até encontrei alguns vídeos explicando como fazer. Bom, após várias tentativas cheguei a conclusão que eu precisaria da ajuda de uma indiana. Fui então para a casa da Laura praticamente enrolada naquele pano sem poder andar direito, chegando lá pedi ajuda à empregada da Laura que, novamente com seus dotes indianos, não decepcionou.  Está aí o resultado da “enrolação”...


A comida e bebida ficou por conta de cada um, cada casal deveria levar as bebidas que iriam consumir mais um prato indiano. No final acabamos tendo um banquete indiano de primeiríssima qualidade, vejam só...


A festa estava realmente muuuiiitttoooo legal! Estávamos todos parecendo uma típica família indiana, vejam só se estou exagerando...






Ok,Ok, exagerei um pouquinho ;)...

Beijocas e até a próxima!

                                             Namastê.


Saturday, December 13, 2008

A sedução do oriente...

Como relatei, minhas primeiras experiências aqui na Índia foram bastante diferentes de tudo o que eu já havia visto/conhecido, um tremendo choque cultural, tenho que admitir que isso me fez olhar a Índia com certo preconceito....

Mas, após estas 5 semanas por aqui, me propus a ver tudo isso com outros olhos e então comecei a perceber melhor suas cores, seu povo, seus olhares, seus sorrisos, seus bichos e percebi que tudo isso superam em muito a sua pobreza.

Descobri um povo que tem orgulho de se vestir diariamente como se fossem Reis e Rainhas, tudo muito colorido e brilhante, como se nascessem para brilhar, para tornar este mundo mais colorido. Talvez seja por isso que eles estão sempre sorrindo independente da sua condição social ou financeira. Até sua culinária tem um ar de sedução, com seu cheiro e gosto forte, temperos que fazem você suar (literalmente :)), mas ao mesmo tempo levam você a salivar de puro prazer.  Os indianos parecem não ter máscaras, não disfarçam, isso os torna um pouco “abusados”, porém até isso a gente acaba achando interessante, eles simplesmente fazem o que eles querem sem meias palavras, não há caras e bocas. 

Todos os indianos parecem ser felizes, a espiritualidade é tão forte que crêem na resignação como expressão maior de sua fé. Claro que trabalham e lutam, mas sem revolta com as condições que a vida os impõe.
Essa serenidade está em tudo, nas saudações Namastê (O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você), nas paisagens, no colorido; mulheres de pé no chão, simples - simples mas vestidas com cores e brilhos e cheias de adornos -, nos templos antiquíssimos, nos rostos. É pura poesia de contrastes e sente-se que têm orgulho disso.

Agora estou me dando conta de que a Índia é MARAVILHOSA, estou começando a me apaixonar por esta terra, começando  a ficar dominada pela vontade de trazer um pedaço de tudo que vejo, de tudo que estou vivendo, vontade de absorver esse estado de espírito particular que paira sobre tudo. 

Em meio a minha ânsia de descobrir cada vez mais sobre  a Índia, eu acabei achando um poema escrito em 1953 por Cecília Meireles, ela esteve por aqui e também foi seduzida por este país maravilhoso. No poema abaixo ela fala da cidade de Jaipur, no norte da Índia...

“(…)

Adeus, Jaipur.

Adeus letras do observatório,
pulseiras de prata de mulheres que vendem tangerinas
pelo crepúsculo.

Adeus, fogareiros de almôndegas,
adeus, tarde morna de erva-doce, canela e rosa,
cravo, pistache, açafrão.

Adeus, cores.

Adeus, Jaipur, sandálias, véus,
macio vento de marfim.
Adeus, astrólogo.

Muitos deuses sobre o Palácio de Vento.
(Onde eu devia morar!)
Sobre o Palácio de Vento meus adeuses: pombos esvoaçantes.

Meus adeuses: rouxinóis cantores.

Meus adeuses: nuvens desenroladas.

Meus adeuses: luas, sóis, estrelas cometas mirando-te.

Mirando-te e partindo.

Jaipur, Jaipur.”
Namastê.

Thursday, November 27, 2008

Casta: Uma questão de nascimento

A sociedade indiana está dividida em castas, e ainda que essa forma de divisão esteja proibida por lei desde a independência, em 1947, ela continua vigorando nos costumes.

Não é nada fácil compreender como este sistema funciona, porém como agora estamos praticamente inseridos nesta sociedade onde ainda o sistema é muito forte, me bateu a curiosidade de aprender um pouquinho mais sobre este assunto. 

Munida de várias questões, iniciei uma pesquisa para entender um pouquinho melhor como este sistema funciona. A primeira reação, e digo com a experiência de quem se deparou com isso, é de espanto e incredulidade: como é possível que alguém acredite numa sociedade dividida dessa forma??? Mas com o tempo - e o respeito que se deve ter com a cultura do outro - a gente entende um pouco melhor. 

Em meio as minhas pesquisas, encontrei na internet alguns artigos de uma jornalista brasileira da Rede Globo que resumia bem o assunto, então achei que seria muito legal compartilhar com vocês aqui no blog. 

Portanto galera, para quem tem interesse em saber um pouco mais sobre o sistema de castas da Índia, preparei um pequeno resumo que lhes dará uma grande idéia sobre o assunto. Boa Leitura ;)...

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Segundo as Leis de Manu, quando Brahma (Deus maior) criou a humanidade, agrupou os homens de acordo com a qualidade da energia que predomine neles, e que são basicamente três: o Sattva (força criativa) o Rajas (capacidade de ação) e o Tamas (inércia). Assim tiveram origem as 4 castas:

Os Brâmanes nasceram da boca de Brahma, e neles predomina o Sattva, em segundo lugar o Rajas e em terceiro o Tamas. São pessoas de muita clareza mental e grande capacidade intelectual (Sattva). Nesta categoria estão os sacerdotes, os mestres, os gurus, os professores, poetas, escritores, todos aqueles que trabalham com a mente.

Os Xatriyas são reis, governantes, guerreiros. Nasceram dos braços de Brahma, e neles predomina o Rajas, depois o Sattva e em terceiro lugar o Tamas. Nessas pessoas, a capacidade de ação (Rajas) está associada ao desejo de trabalhar pelo bem comum (Sattva), e por isso ninguém melhor do que eles para servir ao povo.

Os Vaishyas são os comerciantes , nasceram das coxas de Brahma. Neles predomina o Rajas, em segundo lugar o Tamas e terceiro o Sattva. Assim, são pessoas muito ativas (Rajas) mas pensam primeiro em si (Tamas), no lucro que podem obter.

Os Sudras, agricultores e trabalhadores braçais , nasceram dos pés de Brahma. Neles predomina o Tamas, em segundo lugar o Rajas e terceiro o Sattva. São pessoas com tendência à inércia (Tamas) , não gostam de pensar, precisam ser comandados.

E à parte, aqueles que não tem casta: os intocáveis, os dalits, como nosso BAHUAN, que não nasceram de Brahma, são a poeira sob os pés do Deus. Por isso, toca-los fisicamente, ou mesmo esbarrar em sua sombra, pode poluir uma pessoa de casta.

A casta é uma condição de nascimento, não há mudança, não há mobilidade social. Se vc nasce Brâmane, morrerá Brâmane. Se nasce Sudra, será sempre Sudra. Se vc é um Intocável (ou Harijan - Filhos de Deus, como os chamou Gandhi), será sempre a poeira sob os pés de Brahma, mesmo que acumule riquezas, mesmo que estude nas melhores universidades. Mesmo que se apaixone e se case com alguém de outra casta.

A URL a seguir mostrará um vídeo no youtube sobre os indianos que não tem casta, os intocáveis, os dalits falando sobre sua condição..., isso é casta!

http://www.youtube.com/v/WBxy1R0jitM&color1=0xb1b1b1&color2=0xcfcfcf&hl=en&feature=player_embedded&fs=1

Os Dalits representam cerca de 16% da população da Índia. Desde 1947, com a independência da Índia e a abolição oficial do sistema de castas, os Dalits (Intocáveis) estão se tornando uma força política importante. A sua principal representante é Kumari Mayawati (na foto abaixo), de 52 anos, governadora do estado mais populoso do país, Uttar Pradesh (que tem cerca de 170 milhões de habitantes). Seus eleitores a chamam de Behenji, irmã.



Cada casta tem suas responsabilidades, direitos e deveres. A comida, por exemplo. Para um Brâmane, hindu da casta mais alta, é uma falha grave comer carne, um “pecado” seríssimo. Para um Intocável (ou um Sudra, casta dos trabalhadores), no entanto, é aceitável. E por quê? Porque um Brâmane (sacerdotes, professores, intelectuais) trabalha com a cabeça. Assim, a força que ele precisa para realizar suas tarefas não é física. Já um Intocável trabalha com o corpo, precisa de muita força para o dia-a-dia. Para eles, comer carne não é uma falta tão grave, uma vez que é justificável.

Tudo na vida de um indivíduo está predeterminado de acordo com a casta a que ele pertence:
sua profissão, seu vestuário, os hábitos alimentares. Cada casta tem suas próprias normas e não são permitidos casamentos mistos.

A quebra desses preceitos implica na expulsão da casta, o que é terrível, porque priva o indivíduo de todo direito social e o transforma num pária.
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Incrível não é mesmo!!!!! Mas como já falei antes, o respeito que se deve ter com a cultura do outro  nos faz apenas nos resignar e torcer para que a luta dos “Dalits” (os intocáveis) consiga  fazer com que as  novas gerações passem a se respeitarem mutuamente, independentemente de qual casta o indivíduo nasceu.

Namastê e até a próxima...

Tuesday, November 25, 2008

Vestuário Indiano

Olá pessoal, hoje vou falar um pouquinho sobre o vestuário indiano, o que não será nada muito extenso, pois os “modelitos” por aqui não são digamos, variados...

Bom, vou começar pelo vestuário feminino. Para as mulheres existem apenas três “modelitos” com raras exceções: 

O primerio é o famoso “Saree", usado em ocasiões especiais pelas castas mais abastadas. O Saree consiste em um camisete com mangas curtas que vai até um pouco acima do umbigo. Em seguida vem um tecido de mais ou menos 7 metros de comprimento que vem sendo enrrolado das pernas até os ombros. O que difere um Saree do outro é a qualidade dos tecidos e os bordados. Bonito, mas deve ser difícil de usar...


Observação: Uma das grandes curiosidades deste povo é que, apesar do Saree ser uma vestimenta para ocasiões especiais, ele é também usado pelas mulheres das castas mais pobres que normalmente vivem nas ruas, esta é a roupa do dia a dia delas.
 

O segundo modelito é o “Salwar/Kameez”, que é utilizado por elas no dia a dia.  É uma calça justa, uma bata aberta dos lados até quase os joelhos e um lenço jogado nos ombros. Normalmente a calça combina com o lenço. O detalhe é que as cores dos tecidos sempre são extremamente vibrantes, nada de cores “pasteis”. Veja como não estou exagerando...


E finalmente o terceiro modelito é um pouco mais ocidental, mas nem tanto, é a famosa calça jeans com uma bata que cobre todo o quadril. Esta vestimenta elas costumam usar em momentos casuais.

Todos os modelos citados acima sempre vem acompanhados de muitas pulseiras, anéis, colares, brincos, tornozeleiras,..., ai, ai, isto tudo é "too much” para mim!


Já os homens, bem que tal você encontrar com um vestido assim...


Nada convencional para a gente não é mesmo? Porém esta vestimenta é usada somente em ocasiões especiais, parecido com o Saree das mulheres. 

O outro tipo de vestimenta deles não tem nada de especial, é camisa de manga comprida, calça de tecido com cinto e sapato. Detalhe, esta vestimenta é usada para todas as ocasiões, quando digo "todas as ocasiões", eu estou me referindo inclusive a ir a praia, jogar cricket, jogging…, etc, mas é claro que existem exceções, raras, mais existem.

Agora, deixa eu ser sincera gente, isso tudo não é um exagero? Imagina euzinha que preso tanto o tal do “menos é sempre mais!”, como vou poder me vestir assim? Com essas cores vibrantes, cheio de pinduricalhos por todos os lados? Eu passeio pelos shopping Centers e fico cada vez mais desolada, sniff..., e o que é pior, as indianas daqui devem achar que eu estou sempre mal vestida. Estou dizendo isso porque um dia desses, no café da manhã, a “host” do hotel veio novamente falar comigo e me perguntou se eu não tinha ido aos shopping centers que ela já havia me indicado. Pode até ser que eu esteja errada, mas a tradução que fiz disso foi; “Estou vendo que você não foi ao shopping porque continua mal vestida!”. He, he, só sei que não vai ser fácil me acostumar, mas terei que tentar!

O vestuário sempre foi uma das coisas com que eu me preocupava antes de vir para a Índia. Eu não sabia exatamente o que eu poderia usar ou não, afinal as mulheres orientais são extremamente tolhidas neste quesito, e o que é permitido nem sempre é muito lógico para nós ocidentais. Então, sem saber muito o que eu poderia ou não,  tirei minhas saias indianas do guarda-roupa e apostei nelas para os meus primeiros dias por aqui. 
 
Bom, no primeiro dia fomos fazer o nosso primeiro passeio pela cidade, vesti minha saia indiana que vai até o tornozelo e uma blusa sem mangas, por causa do calor. Já na primeira esquina depois do hotel, comecei a perceber que eu não passaria tão facilmente despercebida pela população local. Bem, achei que era porque eu estava com os ombros descobertos. 

No segundo dia, para evitar olhares de curiosidade, coloquei saia indiana e uma camiseta com mangas que cobria “adequadamente” os meus ombros. Não adiantou nada, me senti novamente uma extra-terrestre.

Bom, para  não me alongar demais vou resumir..., eu já tentei de tudo para não chamar tanta atenção, usei até lenços em volta dos ombros, mas estou chegando à conclusão que, mesmo que eu me vista com um “Salwar” daqueles bem coloridos, não vou conseguir passar despercebida por essa gente, eu sou clara demais, o que para eles é coisa de outro mundo!

Bem, já que mudar minha genética está fora de cogitação, isso será mais uma coisa que vou ter que me acostumar!!!  :-{ humpf!!!


Namastê galera, até a próxima.

Wednesday, November 12, 2008

Primeiros dias...

Os meus primeiros dias na Índia foram uma mistura de várias sensações, o que é totalmente compreensivo, tudo por aqui é muito diferente do que eu estou acostumada. 

Depois da primeira aventura radical que foi a vinda de Mumbai para Pune, no dia seguinte tivemos a oportunidade de presenciar uma segunda aventura radical, foi quando pegamos um “rickshaw(*)” para ir em um shopping. Desta vez não estávamos entre centenas de caminhões em uma auto estrada, mas sim nas ruas da cidade entre centenas de “rickshaws”, motos e carros, todos buzinando ao mesmo tempo,  novamente me senti em uma corrida milionária. O trânsito por aqui é o verdadeiro caos! Porém, agora eu sei exatamente o significado da frase "caos organizado”, porque mesmo no meio desta confusão toda eu não vi um acidente sequer, nem mesmo um motorista se exaltando e xingando o outro.

(*) “Rickshaw” é o taxi indiano e sua pronuncia é “riquixó”. É uma espécie de triciclo com motor e cabine que cabem o motorista e mais dois passageiros (isso normalmente, mas eu já vi um com 3 passageiros adultos e duas crianças). 


Olha eu e o famoso "rickshaw” aí gente!!!

Outra aventura radical é atravessar as ruas a pé! Vocês conseguem imaginar aquela confusão toda que eu acabei de relatar e você tendo que ir para o outro lado da rua? Isso sem ao menos ter um semáforo sequer ou uma faixa (que eles respeitem é claro) para a sua travessia segura. O jeito é ir atravessando e tentando desviar, só que chega uma hora que você fica tão desesperada, que a vontade é de fechar os olhos e ir, e seja o que Deus quiser!!!! Mas isso também faz parte do tal “caos organizado”, também não vi nenhum atropelamento ou qualquer coisa parecida. 

Uma coisa que estou gostando muito por aqui é o clima. Me disseram que existem apenas três estações, a quente, a muito quente e a "Deus me livre!". Pelo jeito estamos na primeira, a quente. A temperatura rola em torno de 32 graus, mas eu acho que por ser um clima seco a gente acaba não sentindo tanto calor, a noite até refresca um pouquinho. Como eu adoro o calor, estou me sentindo no paraíso! Ok, ok, menos, afinal não poderia ser o paraíso com este trânsito...

No sábado nós fomos em uma rua de nome Laxmi, onde nos informaram ser uma rua cheia de lojas com produtos típicos da Índia. Bem, não sei se porque era sábado ou porque a Índia possui quase 2 bilhões de habitantes, mas o fato é que tinha gente pra caramba naquele lugar!!!! As pessoas na rua não tem nada de especial, 99,9% são tipicamente indianos..., dããã, será que é porque estamos na Índia? He, he, na verdade eu estou tentando dizer que as pessoas por aqui tem uma genética única, ou seja, quando você encontrar um indiano em qualquer parte do mundo, você saberá que ele é indiano. E não é só na genética, mas como a cultura deles é muito forte, eles se comportam e se vestem de uma maneira única, dá uma olhada e veja se o que estou dizendo não é verdade...




A seguir uma pequena amostra de tudo o que acabei de relatar...

Os contrastes da arquitetura...
 

E que tal o acabamento?


O comércio nas ruas...


 Coitado desse indiano tentando cruzar a rua...


     Que tal o telefone público?


Uma amostra do trânsito de dentro do Rickshaw...


Congestionamento de Rickshaws


... isso é um cruzamento...


Camelo...

Ah galera, eu esqueci de falar dos camelos..., então, no meio daquele caos do trânsito que citei anteriormente também tem camelo..., essa miscelânea não é fantástica?


Beijos e até as próximas aventuras...

Tuesday, November 11, 2008

Jornada Curitiba/Brasil => Pune/Índia

Olá pessoal, como prometido aqui está nosso Blog contendo um breve relato do nosso dia a dia e das aventuras que passaremos enfrentando toda a Miscelânea intercultural Brasil x Índia.

Saímos de Curitiba/BR às 13h10 na quarta-feira, dia 05 de novembro e chegamos em Mumbai às 0h30 de sexta-feira, dia 07 de novembro, isso tudo com direito a uma parada de 4h30 na África do Sul. A diferença de fuso entre Brasil e Índia é de 7h30 a mais, isso porque o Brasil está em horário de verão, senão seriam 8h30.

Segue um pouquinho de geografia para quem tem curiosidade …




Descemos do avião e o ar quente de Mumbai bateu na minha face, ouvi alguns indianos presentes no vôo suspirarem de prazer e falarem das saudades do clima e do cheiro de Mumbai. Aquela cena me deu um certo entusiasmo, pensei se daqui a algum tempo eu terei este mesmo sentimento quando retornar a Mumbai após uma longa viajem, será?

Até o momento de pegar as malas foi tudo muito parecido com os padrões brasileiros. Descemos do avião e pegamos um ônibus até o prédio principal do aeroporto, no mesmo estilo a “la Guarulhos”. Depois enfrentamos a alfândega com fiscais mal humorados (também quem não fica mal humorado trabalhando de madrugada?!).

A nossa aventura começou mesmo foi na hora de pegar as malas, ficamos esperando mais de 1h30. Quando as malas foram depositadas nas esteiras foi um momento engraçado, os indianos presentes celebraram batendo palmas, ou seja, foi demorado até para os padrões indianos.

Bom, malas em mãos saímos em busca do nosso translado para Pune que supostamente deveria ter sido contratado, e tchan, tchan, tchan, tchan, adivinhem! É claro que o translado não estava a nossa espera!!!!! “É a famosa “Lei de Murphy”.

Enquanto eu estava aguardando o Gustavo tentar contatar alguém da empresa, fiquei observando tudo a minha volta. Infelizmente constatei que tudo por aqui é muito sujo e mal cuidado, exatamente como o Gustavo já havia me alertado. Tudo parece estar em reforma, as calçadas, ou não existem ou estão quebradas, as paredes parecem estar sempre precisando de uma nova pintura e o acabamento é..., bem, na verdade parece não existir acabamento algum! A sensação é que os indianos não estão nem aí para a aparência das coisas, parece não se importarem se você está gostando ou não do jeito que as coisas são por aqui.

Depois de um pequeno estresse, finalmente conseguimos contratar um translado e partimos em direção a Pune.

Quando eu disse que nossa aventura tinha começado eu não estava falando de aventura radical, porque a radical começou quando enfrentamos um verdadeiro “Rally” até Pune. Pessoal, mesmo que eu falasse do jeito como eles dirigem vocês não vão conseguir imaginar e nem acreditar, porque simplesmente isso aqui é único (pelo menos eu nunca vi nada parecido). Primeiro que a mão é inglesa, mas isso não é o problema, o problema é a velocidade e a maneira como eles costuram o trânsito, eles simplesmente vão se metendo entre os caminhões buzinando como se estivessem dizendo, "hei, sai da frente que eu estou passando!". E assim eles vão indo, buzinando, ultrapassando de maneira irresponsável, invadindo a outra pista a todo o momento e costurando o trânsito como se aquilo fosse a corrida do século onde o campeão ganhará um prêmio milionário!!! 

Isso me deixou a princípio com os nervos a flor da pele, porém depois de algum tempo eu percebi que aquilo  era uma prática usual de todos os motoristas. Naquele momento eu estava tão cansada que a minha reação foi simplesmente pedir proteção a Deus e tentar relaxar da melhor maneira possível. Não sei se relaxei de fato ou o cansaço foi maior, o fato é que até dormi um pouquinho durante o trajeto. 

Após 2h30 de tortura entre sustos e cochilo, chegamos à Pune. O hotel onde nos instalamos é muito bom, a decoração é muito legal e os serviços são 5 estrelas, o que àquela altura do campeonato foi muito bem vindo!!! Finalmente após uma jornada de 35 horas conseguimos relaxar e dormir o sono dos justos.